O diário desta mulher
tem sulcos na fronte
rosários e desertos
manchas violentas
constantes amargas
mulher
teu sangue te espera
teu hímen não é marca de gado
teu ventre não é túmulo
mulher
a serenata te acorda
vem na encruzilhada
sai do teu casulo
e penetra na seda
do vestido da vitrine iluminada,
a vida
Por Marilice Costi - In: Clichês Domésticos - Porto Alegre: Editora Movimento,1993.